“— Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. De repente, o Senhor, a quem vocês buscam, virá ao seu templo; e o mensageiro da aliança, a quem vocês desejam, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. Ele se assentará como derretedor e purificador de prata. Purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata. E eles trarão ao Senhor as ofertas justas. Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias da antiguidade e como nos primeiros anos.”
No segundo domingo do Advento, voltamos nossos corações para a mensagem do profeta Malaquias, que, com palavras carregadas de esperança e expectativa, anuncia a vinda de um mensageiro que preparará o caminho para o Senhor. O texto em Malaquias 3.1-4 ressoa particularmente na interpretação da tradição protestante reformada como uma promessa de purificação e redenção, apontando diretamente para o nascimento do Salvador, Jesus Cristo.
Enraizada na busca pela pureza doutrinária e espiritual, a tradição reformada encontra eco muito profundo nas palavras de Malaquias, que anuncia a chegada de um mensageiro que preparará o caminho para o Senhor, o Refinador Divino que purificará o povo de Deus. Neste Advento, somos chamados a refletir sobre a purificação que Cristo traz à nossa vida, uma purificação que vai além da superficialidade e penetra as profundezas do coração humano. O que Cristo faz por nós vai muito além de uma retidão moral ou de uma boa postura social, mas vai fundo nas divisas da alma humana.
Malaquias destaca a natureza purificadora do Senhor da Aliança, descrevendo-o como um “derretedor” ou “purificador” de prata no sentido de que ele purifica os filhos de Levi, tanto em menção direta a uma classe sacerdotal caída em afastamento e pecado naqueles dias, quanto a nós, reino e sacerdócio de Deus na nova Aliança. A prata, após ser submetida ao fogo, emerge mais pura e reluzente. Da mesma forma, somos chamados a passar pelo fogo do Espírito Santo, sabendo que ele remove impurezas e nos transforma à imagem de Cristo. O Advento nos convida a uma autoavaliação séria, a examinar nossas vidas à luz da santidade que o Senhor da Aliança deseja realizar em nós.
A mensagem de Malaquias ressoa não apenas como um chamado à purificação individual, mas também como uma esperança coletiva. O advento do Salvador traz consigo a promessa de uma comunidade transformada, onde a justiça e a retidão florescerão. O Refinador Divino não apenas purifica indivíduos, mas também a igreja como um todo, moldando-a para refletir a glória de Deus. Este é um lembrete crucial para a nossa igreja, que busca a fidelidade à Palavra de Deus em unidade.
O Advento é um tempo de espera ativa, não apenas pela celebração do nascimento de Cristo, mas também pela sua segunda vinda. Malaquias fala de um dia em que o Senhor virá para julgar e estabelecer plenamente a sua justiça. Assim, nossa preparação durante este tempo não é apenas para recordar o passado, mas também para antecipar o futuro, vivendo de maneira que estejamos prontos para encontrar o Senhor em sua glória.
Nossa tradição reformada destaca a importância da Palavra de Deus como guia para a vida cristã. Neste tempo do Advento somos desafiados a mergulhar nas Escrituras, buscando compreender mais plenamente o significado da vinda do Salvador. As promessas contidas em Malaquias apontam para a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas, não apenas na primeira vinda de Cristo, mas também na sua prometida volta. Este é um fundamento sólido para nossa esperança, uma âncora que nos mantém firmes em meio às incertezas da vida.
Ao refletirmos sobre Malaquias 3.1-4 neste segundo domingo do Advento, somos convidados a abraçar a purificação que o Senhor da Aliança traz às nossas vidas. Que cada área obscurecida pelo pecado seja iluminada pela luz da verdade cristã, preparando-nos para a celebração do nascimento daquele que veio como o Refinador Divino. Que a chama da expectativa e preparação no Advento nos guie não apenas para o presépio, mas também para o encontro transformador com o Senhor que purifica, restaura e renova. Que possamos, como comunidade de fé, avançar nesse caminho de purificação, ansiosos pelo dia em que veremos o glorioso Senhor face a face, não mais como criança indefesa, mas como o vitorioso Rei da Glória.